quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Fechamento das APAEs


Muito está se falando nisso neste momento. Mas gostaria de expor minha opinião, e indignação a respeito do assunto.
Somente quem está em uma sala de aula, trabalhando com uma turma de vinte ou trinta alunos, ou mais, sabe que é muito difícil receber um aluno especial neste contexto. Pois se já é difícil alfabetizar e se adequar às diferenças e aos ‘níveis’ de aprendizagem dos alunos comuns, imagine quando entra um aluno especial, se torna mais difícil ainda, pois geralmente todas as atividades tem que ser adaptadas para as especificidades de cada aluno.
Não estou dizendo que isto é impossível, muito pelo contrário, é obvio que há como adaptar as atividades e brincadeiras, e é necessário haver socialização entre alunos deficientes e alunos comuns, porém há de se analisar as condições em que se dá este processo.
Não é assim: ‘vamos fechar as APAEs’.
E as escolas, estão preparadas pra receber estes alunos? E os professores são qualificados? E as turmas são reduzidas para que todos os alunos recebam um atendimento igual? 
Eu lhe respondo: não, isso não acontece.
Pouquíssimas são as escolas que estão preparadas para receber os alunos especiais. E digo mais, não é só questão de acessibilidade, não são só alunos com deficiências físicas, existe uma gama muito maior de deficientes com diferentes aspectos e que necessitam de diferentes atendimentos.
Qual será a ideia do governo querendo fazer isto? Já não basta o descaso que está a educação do nosso país, tem que piorar? No papel a inclusão é perfeita, ninguém pode querer contestar, agora, vá para a prática, não é bem assim que funciona. Sejamos realistas, as escolas e professores não estão preparados ainda, e sabe por que, porque ninguém investiu nisso. As prioridades do governo tem sido outras, enquanto o povo continua largado às traças, continua ignorante – que é o que o governo quer. Pois gente ignorante, sem conhecimentos, é muito mais manipulável. É ponto para o governo.

E então, o que vamos fazer? Vamos deixar que fechem as escolas especiais ou vamos lutar para que o futuro da nossa nação –as crianças- recebam educação de qualidade, e que os professores, que formam todas as outras profissões, tenham reconhecimento: salário digno e condições de trabalho? Chega de exploração. Os alunos ditos incluídos acabarão por ficar no limbo, estarão lá na sala de aula regular, porém vão ficar estagnados no tempo, sem aprender (não porque os professores não querem ensinar, mas pelas incoerências nos ‘desejos’ do governo). É muito crítico ver a decadência deste país. Sendo que tudo isso atinge apenas a parte mais fragilizada do povo, e que por sinal é a maioria.

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